“Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.”
Carl Sagan


domingo, 31 de janeiro de 2010

Para ler e reflectir

A Diana do 8.ºC escreveu um texto que me fez lembrar um inquietante poema da poetisa polaca Wislawa Szymborska. Aqui fica ele.

O TERRORISTA - ELE ESTÁ A VER

A bomba vai explodir no bar às treze e vinte.
São só treze e dezasseis.
Alguns ainda vão a tempo de entrar,
outros de sair.
O terrorista passou para o outro lado da rua.
A esta distância fica a salvo de todo o mal
e vê tudo como no cinema:

Uma mulher de casaco amarelo - ela entra.
Um homem de óculos escuros - ele sai.
Rapazes de jeans - eles trocam impressões.
Treze horas, dezassete minutos e quatro segundos.
O mais baixo - ele tem sorte, monta na scooter,
mas o mais alto - ele entra.
Treze horas, dezassete minutos e quarenta segundos.
Passa uma rapariga de fita verde no cabelo.
De repente, desaparece atrás do autocarro.
Treze e dezoito.
A rapariga já não se vê.
Terá sido estúpida ao ponto de entrar?
Logo se vê, quando retirarem os corpos.

Treze e dezanove.
Ninguém parece querer entrar.
Em contrapartida sai um careca gordo.
Remexe os bolsos como se procurasse algo
e quando faltam dez segundos para as treze e vinte –
ele volta por umas reles luvas que esqueceu.

São treze e vinte.
O tempo, como ele demora.
Está na hora.
Ainda não.
Sim, já está.
A bomba - ela explode.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

DE QUE É FEITA A VIDA?

A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga

15 ANOS DEPOIS DA MORTE DE MIGUEL TORGA


No dia 17 de Janeiro fez precisamente quinze anos que Miguel Torga morreu. Lembro-me como se fosse hoje. Tal como me lembro das vezes em que, adolescente, me cruzei, em Coimbra, com esse homem que parecia feito de pedra, da pedra de Trás-os-Montes, que ele tanto amava. Nessa altura, o livro «Novos Contos da Montanha» fazia parte do programa do 8.º ano. Acreditem que era bem mais difícil do que «Sexta-Feira ou a Vida Selvagem» ou «O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá»!! Por isso, olhava para Miguel Torga com com um misto de admiração e raiva por ter escrito aquele livro cuja leitura tinha sido tarefa tão árdua. Sentia um certo fascínio por aquela figura, pois achava que a pedra de que me parecia feito seria apenas uma capa ou uma armadura. Mais tarde, ao penetrar na sua obra, pude comprová-lo: era, afinal, feito de uma grande humanidade!
Hoje, lamento nunca o ter interpelado. Talvez tivesse conseguido arrancar-lhe um sorriso. Um sorriso que seria só meu.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA


Parabéns à Diana, do 8.ºC, por ter sido seleccionada. Para além de ser uma ávida leitora, também escreve muito bem e é um prazer ajudá-la a aperfeiçoar esse talento! Boa sorte para a fase seguinte e, quem sabe, para a fase final!!
Uma palavra ainda para a Giulia, a Catarina Maria e a Heloísa, que se atreveram também a participar no concurso e não desistiram a meio, sendo que, no caso da Heloísa, nem a gripe a fez arrepiar caminho! Assim é que é!

domingo, 24 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Ainda a propósito da Alemanha nazi...


A Rapariga que Roubava Livros , de Markus Zusak, é outro livro que se aconselha.

Liesel, uma menina de nove anos de idade entregue para adopção, resiste ao horror de crescer sob o nazismo usando como arma livros que vai roubando e usando de diversas formas, livros esses que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando rouba o primeiro, ainda não sabe ler e será com a ajuda do pai adoptivo que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a Morte, o narrador desta história.
Uma boa sugestão para a Giullia do 8.ºC que, para além de gostar de livros, se interessa muito pela temática da Segunda Guerra Mundial.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parabéns, Rita!, Maria Teresa Maia Gonzalez


Rita é uma rapariga que estava prestes a fazer quinze anos. No dia do seu aniversário tocaram-lhe à campainha e era um homem estranho que lhe vinha dar um presente. Ela abriu-o e, muito espantada, viu que era uma moldura com uma fotografia dum homem com um bebé ao colo. Quando os pais chegaram a casa, ela correu para eles perguntando o que era aquilo. O pai, muito nervoso, respondeu que era a prenda de um amigo seu que tinha ido para o estrangeiro. Rita não ficou muito convencida, mas não continuou aquela conversa.

Um dia, quando Rita saiu de casa, apareceu o Homem estranho com um sorriso simpático dizendo-lhe olá. Ela, muito apressada, disse que o pai não estava em casa e a mãe estava doente e o homem respondeu alegremente que voltaria noutro dia.

Com esta situação, Rita não era a mesma: estava muito desatenta, resmungona, infeliz… Passadas algumas semanas, quando saiu da escola, ao portão estava o tal homem que quis falar com ela e foram a uma café. Lá, ele afirmou que era o seu … pai! Ela não quis acreditar, muito chorosa e desiludida com os seus pais adoptivos, foi viver na casa da tia Rute.


Catarina Maria, 8.º C

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

E que tal recordar Zlata, a Anne Frank de Sarajevo?


Aos 11 anos, Zlata Filipovic viveu a guerra da Bósnia e, tal como Anne Frank, colocou as suas experiências num diário. Aconselha-se a leitura de mais este testemunho de guerra.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Relembrar Anne Frank, a propósito de Miep Gies


Para (re)ler o Diário de Anne Frank não precisamos de motivos. No entanto, seria boa ideia fazê-lo agora, como forma de homenagearmos Miep Gies, a mulher que, durante dois anos, ajudou a família Frank a esconder-se da fúria nazi.

Neste ano lectivo, o Luís Augusto, do 8.º G, já leu o livro. Gostou muito, claro! Quem vai seguir-lhe o exemplo?

domingo, 10 de janeiro de 2010

«UMA QUESTÃO DE COR», ANA SALDANHA


A Nina recebeu dos pais um computador como prenda de Natal. A partir daí, os T.P.C. ficaram para depois. Passados uns dias, soube que o seu primo Daniel iria mudar de escola e viria para a sua casa. Assim, teria que lhe ceder o seu quarto, o que não lhe agradou muito.
O Daniel era mulato e não foi bem aceite pelos amigos da Nina. Talvez fosse esse o motivo da sua mudança de escola: ser vítima de racismo.
No final, o Vítor, um amigo da Nina, arrependeu-se de ter maltratado o Daniel e resolveu convidá-los para a sua festa de anos a realizar no restaurante “Inferno”. Inicialmente, ela resistiu, mas resolveu ir por ser a oportunidade de conhecer o restaurante. O Daniel, ao ser convidado, também não queria ir, mas aconselhou-se com a avó e esta fez com que ele aceitasse o convite, mostrando, assim, não estar ofendido. Foram, então, à festa e tudo correu bem entre a Nina, o primo e o amigo.

Aconselharia este livro a um amigo, porque é umuito engraçado. É sobre uma rapariga da nossa idade e sobre o racismo, uma atitude que já não faz sentido nos dias de hoje.

Diogo Fernandes, 8.º G
Também lido pela Inês, pelo Diogo e pelo Pedro do 8.º E.